domingo, 27 de maio de 2012

Opinião: Corando de vergonha

Por: José Carlos Pimentel

Às vezes me dá vergonha de ser juazeirense. A história de minha cidade é permeada de nomes sacratíssimos pelos atos heróicos e pela devoção à terra do Padre Cícero. Descortinam-se na minha memória, figuras lendárias como as do Cel. Nery, Antonio Celestino, Manoel Vitorino, Odílio Figueiredo, Almino Loyola, Mascote, Vicente Teixeira, Doroteu sobreira, José Ferreira de Menezes, José Bezerra e tantos outros, muitos deles anônimos peregrinos que deixaram suas terras para engrandecer pelo trabalho e pela honestidade o solo juazeirense. Vê-los nivelados a corruptos, estelionatários, pilantras, agraciados com a cidadania juazeirense me dá embrulhos no estômago e profundo desgosto.

Título de cidadania transformou-se em alvará de bodega como disse determinado jornalista e qualquer vagabundo desfila faceiro e irresponsavelmente ileso como se a história da terra da Mãe de Deus fosse um simulacro e comportasse tais marginais da sociedade dita religiosa, tão apreciada mundo a fora. Ó tempora, ó mores.

A inversão de valores e o enlameamento de costumes tem um novo nome: é o verbo MELAR, sujar o oano branco com que foi enxugado o sangue e o suor dos nossos heróis, nesses cem anos de nossa independência. Fossem vivos Pimpim Almeida, Felipe Nery, Pedro Sampaio, Luciano Teófilo, Amália Xavier e outros luminares da nossa vida histórica, devolveriam de imediato as honrarias, títulos de cidadão, medalha do mérito do município, mercantilizadas a preço de bajulação e entregue a desmoralizados “propineiros” e meliantes travestidos de homem de bem que assolam a atual sociedade juazeirense.

E por isso o verbo MELAR é conjugado na primeira pessoa: EU MELO, EU MELO... E rima perfeitamente com um nome acocorado por trás de um microfone, espalhando porcaria, injúria, calúnia, numa verdadeira cachoeira de lama que começou em Fortaleza, chegou a Quixadá, passando por Iguatú, Brejo Santo e atingindo Juazeiro. É sujeira demais.

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