O secretário adjunto das Cidades, Ilário Fracalossi, apresentou a equipe do projeto e do banco financiador. Profissionais da secretaria e do Banco Mundial, parceiro financiador, se revezaram nas explanações e tiraram dúvidas dos novos gestores. Durante as discussões temas como aterro sanitário; desenvolvimento sustentável, social e urbano; além de engenharia de obras, foram pautados na reunião.
A gerente do projeto, junto ao Banco Mundial, Alessandra Campanaro, destacou a importância do projeto para região e a necessidade do envolvimento dos prefeitos para que as ações possam se desenvolver conjuntamente em toda a região. Alessandra informou que a previsão de investimento chega a U$ 46 milhões para as ações e obras.
O gerente do projeto, junto a Secretária, Adauto oliveira, apresentou passo a passo o projeto, quanto foram dirimidas as dúvidas dos prefeitos, vices e assessores, também presentes ao evento.
Compareceram ao encontro os prefeitos eleitos de Crato, Ronaldo Matos (PMDB); Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo (PMDB); Caririaçu, João Marcos (PMDB); Missão Velha, Tardiny Pinheiro (PT); Santana do Cariri, Danieli Machado (PSL); Nova Olinda, Ronaldo Sampaio (PSD) e Jardim, Analeda Luz (PMDB). Mais os reeleitos de Barbalha, Zé Leite (PT) e Farias Brito, Vandevelder Freitas (PCdoB).
O tema mais discutido foi a localização do aterro sanitário. Antes do encontro de ontem, havia um entendimento para que a localização do aterro passasse para o município de Caririaçu. Mas, no momento em que a possibilidade foi colocada pelo secretário adjunto das Cidades, o prefeito eleito do Crato, de imediato se manifestou dizendo que o município era o mais viável do ponto de vista técnico e que teria interesse em implanta-lo.
Em seguida João Marcos, prefeito eleito de Caririaçu, destacou que o projeto já estava sendo encaminhado para o seu município e argumentos sobre o ganho social do empreendimento para Caririaçu. A questão social é um dos pontos a ser considerado pelo projeto.
Nas discussões anteriores, o atual prefeito do Crato, Samuel Araripe (PSDB), tinha descartado a instalação do aterro no município. Segundo ele, não queria a instalação de um lixão no Crato. O que se percebe é que as visões dos dois, Ronaldo e Samuel, são bem distintas. Onde um enxerga somente lixo, outro enxerga, uma grande oportunidade para gerar empregos e, consequentemente, riqueza para o município.
Quem tem razão
No final das contas o aterro deve ir mesmo para o Crato, principalmente, pela localização e diminuição dos custos de transportes. Mas, a grande questão é quem tem razão. E falo da diferença de pensamento entre Samuel Araripe e Ronaldo Matos. Samuel não quis o que chamou de lixão. Ronaldo demonstrou disposição para “brigar” pela vinda do aterro venha para o Crato.
Bem, vamos às questões técnicas. Aterro é bem diferente de lixão. Na verdade, é uma indústria de beneficiamento de material reciclado. Hoje, no mundo, alguns tentam encontrar soluções para descartar seu lixo. Mas, outros vêm no problema uma atividade viável e rentável. E aí, não se pode deixar que questões discriminatórias estejam a frente dos interesses coletivos.
O Crato não vai deixar de ser a cidade da cultura por possuir um aterro sanitário, a falta políticas pública de investimento e promoção, sim! O Crato não vai deixar de ser belo, por ter caminhões entrando e saindo trazendo material para reciclagem, mas a falta de investimento em saneamento básico, pavimentação e manutenção das praças quase conseguiu isso.
O cratense não vai deixar de ser menos educado ou terá seu passado diminuído por ter em seu território uma usina de beneficiamento, pelo contrario, ele vai passar a ser considerado um município referencia em destinação de resíduos sólidos do Cariri.
Quem tem a razão? Nesse caso, é aquele que enxerga mais que o palmo, além do que o nariz pode mostrar. Quem tem razão é aquele que vê o futuro.
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