terça-feira, 27 de novembro de 2012
Raimundinho é afastado da prefeitura de Russas
O Ministério Público do Estado do Ceará entrou com uma Ação Civil Pública pedindo o afastamento temporário do prefeito de Russas, Raimundo Cordeiro de Freitas, o Raimundinho (PSL), por improbidade administrativa. A ação foi ajuizada no último dia 19.
Segundo a ação, foi constatado que o prefeito vem afrontando os princípios da administração pública, dificultando a transição governamental e demitindo ou reduzindo vantagens pecuniárias de servidores públicos sem a existência de qualquer procedimento administrativo, sempre sob a escusa de enxugar a folha de pagamento.
Além disso, o Decreto nº 036/2012, que trata sobre a transição governamental no Município, possui diversas irregularidades que comprometem o processo, tornando praticamente impossível a nova gestão tomar conhecimento de todas as informações necessárias.
Dessa forma, o MP requer também a suspensão dos efeitos do Decreto e de todos os atos praticados em desconformidade com o inciso V, do artigo 73, da lei nº 9.504/97, em especial às demissões ocorridas a partir dos 90 dias anteriores a 7 de outubro de 2012.
Conhecido no Cariri
O prefeito de Russas e um dos maiores empresários do segmento funerário no estado é bem conhecido dos caririenses. No início do ano, ele transferiu seu domicílio eleitoral para Juazeiro do Norte e foi cotado para compor as duas principais chapas concorrentes a prefeitura como candidato a vice-prefeito. Acabou não dando certo.
Raimundinho foi eleito em 2004 e reeleito em 2008, mas não coseguiu eleger o sucessor. Fez um mandato com grandes realizações na educação, mas deixou a desejar em áreas como saúde e infraestrutura. Como a maioria dos prefeitos que devem passar as prefeituras para adversários, Raimundinho está enxugando a máquina para pagar as contas e dificultando a divisão das informações, talvez, por medo da exposição de possíveis mazelas administrativas.
O problema é que, tanto Raimundinho, quanto outros prefeitos que estão na mesma situação, findam esquecendo que existem leis e que elas devem ser cumpridas. Demissões fora de hora e truculência na transição não serão toleradas pela justiça.
Na verdade, os prefeitos não se preparam para o pior. Nesse caso passar a prefeitura para oposição. É preciso aprender administrar como se fossem sair amanhã. Não somos eternos, nem o poder infinito. Fazer uma administração voltada a seriedade e a clareza administrativa é o mínimo que devemos exigir e a meta a ser alcançada por qualquer prefeito.
Sobre tudo isso, o que fica é a lição para os próximos prefeitos. Lembrem-se: o Brasil está mudança e quem não se adaptar a ele vai sofrer as consequências.
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