segunda-feira, 9 de abril de 2012

O efeito Demóstenes


Pré-candidatos a prefeito pelo Democratas (DEM) procuram neutralizar o desgaste sofrido pelo partido, causado pelas relações entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os pré-candidatos usam três argumentos principais para evitar que o fato se torne um prato cheio para os adversários nas eleições deste ano.

Primeiro, sustentam a mesma tese do escândalo que envolveu o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda de que o partido não hesita em “cortar na própria carne”. Também insistem que o episódio ficou restrito a Demóstenes e ao Estado de Goiás. Por fim, acrescentam que Carlinhos Cachoeira tem ligações com pessoas dos mais diferentes partidos, da situação e da oposição.

Já vi este filme

O problema é que isso não convence. O fato de “cortar na carne” ou “não passar a mão na cabeça”, não quer dizer que problema foi resolvido. O fato continua e o envolvimento não se apagará. Muito pelo contrário vamos criar uma geração de políticos covardes que primeiro sinal de erro podem se afastar dos “colegas” de partido. Alimentaremos a ideia de que só seremos amigos até tu cometeres um erro, nesses casos, contra o patrimônio público ou contra a confiança dos eleitores. Se Jesus vivesse essa época e fosse chamado a opinar sobre o caso, acredito que ele diria: aquele que não tem pecado que atire a primeira pedra.

Não quero defender ou perdoar o erro cometido, muito pelo contrario, quero chamar a atenção para que assim não estamos resolvendo os problemas. A punição não pode ser apenas moral, ela precisa ser penal. Abandonar e esquecer os que cometem erros é, simplesmente, desprezar o problema ao invés de tentar resolve-lo.

Um comentário: