terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Volta do recesso: vereadores afastados e suplentes na justiça para tomar posse no Crato

O início do período legislativo na Câmara do Crato começou com uma verdadeira Batalha na justiça pelas vagas deixadas por cinco vereadores afastados pelo juiz da 2ª Vara Civil do Crato, Flávio Bezerra de Morais. Os parlamentares receberam a notificação no último dia 28 de janeiro, com denúncia de comporem um esquema de cobrança de propina para aprovação de doações de terrenos.

O esquema, denunciado pelo vereador Helder França (Guer), mostra um grupo organizado de 10 vereadores (G10), que já teriam arrecadado, segundo divulgou a Coluna Rebate do jornalista Donizete Arruda, Jornal do Cariri de 28 de janeiro, cerca de R$ 1 milhão.

O presidente da Câmara, vereador Luis Carlos Saraiva (PSL), recebeu a notificação da justiça com o afastamento e observou que o Regimento Interno prevê a posse de suplente somente em caso de afastamento por mais 120 dias. “Na sentença que afastou os vereadores, o juiz não determinou a posse imediata dos suplentes, o que, me garante como base da minha decisão, o Regimento da Casa,” observou Luis Carlos.

Além do prazo, Luis Carlos observa que a Casa legislativa não reúne condição financeira para arcar com o pagamento de mais cinco vereadores, já que, os afastados continuam recebendo. “A posse dos suplentes significa um aumento nas despesas da ordem R$ 50 mil; isso, sem os encargos. Não temos esse dinheiro,” disse o presidente.

Ainda na sexta-feira, 31 de janeiro, foram encaminhados a justiça as primeiras ações pedindo a posse, feitas pelos suplentes. Os vereadores afastados também já recorreram da decisão que os afastou por 30 dias. Sobre uma possível decisão judicial, o presidente disse que, caso ela venha favorável aos suplentes, entrará com pedido de embargo dos salários dos afastados para garantir a remuneração dos suplentes.

A posição do MP

Procurado pelo Jornal do Cariri, o promotor do Ministério Público do Estado, Lucas Azevedo, autor da denúncia e do pedido de afastamento, disse apenas que as decisões da justiça devem direcionar o posicionamento da presidência da Câmara para empossar ou não os suplentes.

Sobre a investigação, o promotor ressaltou se tratar de um processo que corre em segredo de justiça e adiantou apenas que o conteúdo divulgado pelo Jornal do Cariri e repercutido na imprensa é exatamente o que seria divulgado pela justiça. Em nenhum momento o conteúdo da informação foi questionado pelo promotor.

Mesmo não adiantando detalhes das investigações, que envolvem em outra linha, o prefeito Ronaldo Matos (PMDB) e o secretário de Governo Rafael Branco, no caso denunciado pelo ex-prefeito Samuel Araripe, de compra de votos para desaprovar suas contas, o promotor disse que vai convocar os vereadores afastados e outras testemunhas para depor em breve.

Foram afastados os vereadores Pedro Alagoano, Nando Bezerra, Galego da Batateira, Marquim do Povão e Celso dos Frangos, que têm como suplentes Júnior Matos, Professor Gilson, Hildo Júnior, Juvêncio, Neguim do Pinto Madeira, respectivamente. Os parlamentares devem ficar afastados das funções parlamentares por 30 dias.

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