O inquérito que investiga a compra
superfaturada de material de limpeza, expediente e cozinha, pela Câmara de
Juazeiro do Norte, conhecido como escândalo das vassouras, está em fase de
conclusão. A informação foi passada pelo delegado da Polícia Civil, Ronald Botelho
de Queiroz, responsável pelo caso.
Segundo o delegado, integrante da
Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas, com sede em
Fortaleza, para concluir o inquérito, está aguardando apenas as respostas das
quebras de sigilo telefônico e bancário de todos os envolvidos na denúncia.
Sobre o material apreendido, Ronald observou que ainda espera o laudo da Perícia
Forense do Estado do Ceará (Pefoce).
“Entre o material, estão os computadores
e os documentos enviados à Pefoce. É imprescindível que tenhamos os resultados
desses laudos e dos relatórios do Banco Central (sigilos bancário) para
finalizar o inquérito”, disse Ronald Botelho, ressaltando que após o
recebimento das solicitações, a sociedade de Juazeiro terá uma resposta sobre o
Caso das Vassouras.
O inquérito, aberto pela Delegacia de
Polícia Civil de Juazeiro, após a operação “A Faxina”, acabou endo transferido para Fortaleza, pelo delegado
Osmar Berto, ainda em novembro de 2013. Para a transferência, o delegado alegou
falta de estrutura e o excesso de atividades. Botelho foi nomeado para presidir
o inquérito, pelo Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Servilho
Paiva, e o Delegado Geral de Polícia Civil, Andrade Júnior.
Os resultados das investigações da
Polícia Civil, com cópias de todos os documentos, estão sendo enviados ao representante do Ministério Público
do Estado (MPCE), responsável pelo acompanhamento junto ao judiciário.
O MP-CE, que também investiga o caso,
requisitou, em janeiro deste ano, novas diligências para concluir suas as
investigações. Procurado pela reportagem do Jornal do Cariri, o promotor Lucas Azevedo,
que acompanha o caso, não quis se pronunciar, alegando que a investigação corre
em segredo de justiça. O promotor disse, apenas, que o M-CE espera o resultado
das diligências e deve se pronunciar em breve.
Retorno do material
Sofrendo com a falta dos materiais de
expediente, limpeza e alimentos, os vereadores da Câmara de Juazeiro do Norte
decidiram, na última semana, reagir, segundo eles, à lentidão com que a justiça
trata o caso. Na sessão de terça--feira (18), foi formada uma comissão para
percorrer a Polícia Civil, Fórum e o depósito onde está estocada a mercadoria.
Na sessão de quinta--feira (20), os
vereadores relataram o resultado das visitas. Os parlamentares acabaram não
obtendo respostas da justiça, já que a juíza autora da ordem judicial, Ana
Raquel Colares, está de férias e só retorna as atividades no próximo mês.
O material está estocado em um galpão
cedido à justiça por um empresário local. Os vereadores Tarso Magno (PR) e
Adauto Araújo (PSC) foram ao depósito e observaram más condições de estocagem.
Os parlamentares destacaram que o empresário já coloca a possibilidade de pedir
a desocupação do galpão.
O presidente da Câmara, vereador
Capitão Vieira (PTN), disse esperar o retorno da juíza Ana Raquel para
solicitar o ressarcimento do material, a fim de evitar mais custos ao erário público.
“Estamos relutando em fazer nova licitação para aquisição do material. Tudo que
foi apreendido já foi periciado e, portanto, não existe motivo para manter o
material sobe o poder da justiça,” disse Capitão Vieira.
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