Centenas de manifestantes,
entre professores, alunos e funcionários da Universidade Regional do Cariri
(URCA) fizeram, na tarde dessa quarta-feira (29), o velório simbólico da
instituição. O movimento foi realizado nas dependências da Universidade (Campus
do Pimenta) e na Praça Siqueira Campos, em Crato.
Segundo
manifestantes, o movimento teve o objetivo de chamar a atenção da sociedade
caririense para a proposta apresentada pelo Governador Cid Gomes a categoria, em
greve desde o dia 15 de setembro. A categoria considerou a proposta como
absurda.
Durante um encontro
com o comando grevista, no último dia 21, o governador sugeriu que cada
professor da instituição permaneça 52% do tempo devido, em sala de aula. Para a
direção do Sindicato dos Docentes da URCA (Sindurca), a proposta compromete, em
muito, as atividades extra sala como pesquisa, orientação e extensão.
Além disso, ao
transformarem a proposta em prática, através de cálculos matemáticos, os
diretores do Sindurca descobriram que, pela proposta, a Universidade teria uma
força excedente de 37 professores. Ou seja, segundo a sugestão do governador, a
URCA tem professor sobrando.
Para o presidente do
Sindurca, professor Gustavo Nobre, a proposta, na prática, sugere que a
Universidade elimine 37 professores do seu quadro já escasso. “É algo como
pedir para matar 37 professores e a URCA, por tabela. É um verdadeiro absurdo
se levarmos em consideração que estamos pedindo a efetivação de 26 professores
de forma emergencial e mais 119 para completar o quadro de efetivos,” disse
Augusto.
A outra proposta do
governador Cid, durante o encontro, foi que os professores voltassem as salas
de aula que no dia seguinte seriam feitas as 26 nomeações dos aprovados no
último concurso. Em Assembleia no dia 23, a categoria decidiu não
confiar na palavra do governador e deu sequência a greve. Nenhum professor foi
nomeado.
O concurso realizado
em 2010 e renovado por mais dois anos em 2012, venceu no dia 25 deste mês. Mas,
uma ação do Ministério Público do Estado, através das promotorias de Crato e
Juazeiro do Norte, pedindo a imediata nomeação e posse dos 26 professores,
acabou levando a questão para o campo jurídico, onde deverá ser resolvido.
(Foto: Cícero Valério / Agencia Miséria)
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