segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Protesto de moradores lembra um ano da tragédia do Canal do Rio Granjeiro no Crato


Cerca de 50 moradores do Centro do Crato protestaram na manhã de sexta-feira, 27, contra a lentidão das obras de recuperação do Canal do Rio Granjeiro. As obras completaram no sábado, 28, um ano, após a trágica enchente que atingiu a cidade, inundando o Centro e prejudicando casas e lojas comerciais, além de ter destruído parte do canal.

A manifestação teve como objetivo chamar a atenção das autoridades públicas para o problema. Os moradores temem que a tragédia se repita com a chegada da quadra invernosa.

PRIMEIRO, a manifestação foi esvaziada e assim perdeu o poder de pressão frente às autoridades. Acredito que um dos motivos foi a forma como foi pensada. O movimento não partiu de um grupo de organizações como, inclusive, estava sendo previsto. Ele foi antecipado por uma iniciativa individual, atrapalhando o planejamento e articulação, o que, causou um desvio da verdadeira discussão que deveria ter sido travada com o poder público.

É sabido que as pessoas estão preocupadas com a situação do Canal, mas, também, é importante que essas pessoas não partam para esse tido de iniciativa apenas com a voluntariedade individual. Antes é preciso que elas se interem da discussão que está em curso. Entidades como o Fórum de Araripense de Combate a Desertificação, têm estado a frente dessa discussão e pode nortear o rumo estratégico das ações. Então é importante que, quem pretende se inserir na discussão procure se inteirar onde e como está e como sendo discutido.

Agora com relação a culpa, todos são culpados. Não adianta a prefeitura querer empurrar o ônus para os governos federal e estadual, porque ela é quem gere o município. A ação deve partir, primeiramente, dela. O canal transbordou por uma série de fatores como falta manutenção e a impermeabilização do solo, com o asfaltamento das áreas mais altas, sem o devido estudo sobre os impactos ambientais; e isso, é de exclusiva responsabilidade da prefeitura municipal.

O governo tem sua culpa na falta de critério de liberação e acompanhamento dos recursos aplicados nas obras emergenciais. Agora não podemos esquecer que essas obras são paliativas, não resolverão o problema. Na verdade, o problema só será resolvido, após uma ampla discussão sobre a revitalização do Rio Granjeiro e os outros rios pertencentes a Bacia do Salgado; a responsabilização do poder público municipal em viabilizar outro destino para os esgotos que hoje são despejados no canal, além da sua manutenção periódica; entre outros.

Ou seja, se juntar as organizações que discutem o problema na sua essência é o primeiro passo para responsabilizar a quem de direito e iniciar a resolução do problema.

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