terça-feira, 6 de fevereiro de 2018


Em sessão esvaziada, líder da minoria diz que Câmara teme desgaste para as eleições

Uma sessão conjunta entre a Câmara dos Deputados e o Senado, marcou a abertura dos trabalhos legislativos de 2018 no Congresso Nacional. A sessão solene dessa segunda-feira, 5, trouxe mais dúvida para a base governista com relação ao alcance dos votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência, principal pauta do Governo Temer em fevereiro.

O líder da minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), comemorou o esvaziamento e garante que o Governo não terá os 308 votos necessários para a aprovação da reforma. Cerca de 65 parlamentares comparecem a sessão. “Foi uma sessão esvaziada, coisa muito rara por aqui,” disse.

Ao blog, Guimarães avaliou que campanhas nas redes sociais estão minando a base do Governo Temer. “Eles (deputados governistas) temem o desgaste nas eleições,” disse. Segundo o petista, durante a sessão vazou uma planilha que mostra o governo com apenas 237 votos.

Na sessão, apenas o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou sobre a Reforma. Maia avaliou a aprovação das novas regras como um “papel difícil”, mas necessário. Para o democrata, será impossível governar o país sem a aprovação. Maia encerrou pedindo apoio dos deputados para aprovação do texto que deve seguir à Casa no próximo dia 19.

Mais pressão – Para aumentar a pressão sobre o Congresso, a oposição organiza manifestações nesta terça-feira, 6, com ato das Centrais Sindicais no salão verde da Câmara. Na quarta-feira, 7, está prevista uma reunião com todos os partidos de oposição para planejar uma obstrução ao Projeto da Reforma.

Ponto de conflito – Apesar da defesa feita por Maia, a Reforma da Previdência tem sido o principal ponto de conflito entre os partidos da base do governo com rejeição, inclusive, dos presidentes da Câmara e do Senado. Um dos principais aliados do Governo, o emedebista Eunício Oliveira, presidente do Congresso, já declarou que não leva o projeto ao plenário, caso o texto retire direitos dos trabalhadores.

Na sexta-feira, 2, durante a entrega de mais uma Estação de Bombeamento (EBI-2) da Integração do Rio São Francisco, em Cabrobó (PE), o presidente Michel Temer disse já ter feito sua parte para que a reforma andasse no Congresso. “Ninguém teve peito e coragem de botar dedo na ferida,” disse.

A declaração acirrou os ânimos e no dia seguinte o presidente da Câmara ventilou engavetar o projeto, caso a articulação do Governo não consiga os votos necessários. Maia quer culpar a articulação do Planalto por um possível fracasso. O prazo para os articuladores governistas é 20 de fevereiro.

Diante da crise, o relator do projeto na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), disse nesta segunda-feira, que não descarta a possibilidade do texto não ser votado este ano.

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