terça-feira, 24 de setembro de 2013

Padres pedem a saída de Dom Fernando Panico da Diocese do Crato

Cercado por denúncias de estelionato o Bispo do Crato, Dom Fernando Panico, está cada vez mais fragilizado dentro da Igreja Católica. Além das muitas criticas dos fieis, agora, Dom Fernando, enfrenta a ira dos padres das paróquias pertencentes a Diocese.

Na última quinta-feira (19), 54 padres foram chamados a reunião no Centro de Expansão do Crato. Na pauta, o abaixo-assinado pedindo a saída de Dom Fernando que circula nas paróquias.

Com a presença do Bispo, mas comandada pelo homem de confiança, o padre da Sé Catedral, Edmilson Neves, a reunião teve momentos de tensão. Edmilson foi acusado de tentar abafar o caso e super proteger Dom Fernando. Houve bate-boca, mas, pelo menos, 52 dos 54 padres presentes, confirmaram querer a saída do Bispo. A saída seria a aposentadoria.

Mesmo com a desaprovação da maioria esmagadora dos padres e da comunidade católica, o Bispo Panico, articulado internamente pelo padre Edmilson e pelo coordenador da Missão Resgate, conhecido como Geraldinho, diz que vai permanecer a frente da Diocese. O abaixo-assinado deve ser enviado aos Conselhos Regional e Nacional dos Bispos do Brasil.

Durante a reunião, o que fortaleceu ainda mais padre Edmilson, foi anunciado que o padre é o novo ecônomo do Conselho Econômico da Diocese. Há informações de que o cargo já era ocupado de fato por Edmilson e que todas as transações imobiliárias da Diocese tinham seu aval.

Novas denúncias

O desgaste do Bispo do Crato parece não ter fim. Durante a reunião, acontecida no Centro de Expansão, na quinta-feira (19), foram avaliadas ainda, novas denúncias saídas de um dossiê que circula nos bastidores.

Segundo essas denúncias, Dom Fernando detém uma propriedade, onde funcionava o projeto social “Toca Di Assis”, e está construindo uma mansão avaliada em R$ 1,5 milhão. Para contrapor a decisão foi argumentada, por alguns padres, a crise financeira que passa a Diocese.

Segundo a denúncia, a Diocese emitiu nos últimos 24 meses, cerca de 35 cheques sem fundo e enfrenta protesto de uma dezena de títulos, sem falar de uma ordem judicial de busca e apreensão de uma caminhoneta Hilux pertencente a Diocese e que estava a disposição próprio bispo Dom Fernando Panico.

Sobre mansão, segundo as explicações dos defensores de Dom Fernando, ela teria sido adquirida pelo monsenhor Dermival que estaria bancando a construção com recursos próprios e teria doando a mesma para o Bispo.

O detalhe é que a área foi vendida pela própria Diocese por R$ 60 mil ao monsenhor. Agora, o bem, avaliado em patamar milionário estaria retornando ao Bispo Dom Fernando.

Bispo na delegacia

Contrariando a rica história da Comunidade Católica do Cariri, o bispo Dom Fernando Panico, foi o primeiro a entrar numa delegacia para responder a acusações de estelionato e formação de quadrilha. Ele foi ouvido sobre o caso da venda das 65 casas e prédios comerciais, pertencentes à Diocese do Crato. Os imóveis foram negociadas com valores abaixo do preço de mercado, com o agravante de a Diocese continuar recebendo o aluguel.

O Bispo Panico, foi ouvido na delegacia da Polícia Civil do Crato, na tarde de sexta-feira (20), pela delegada Lorna Aguiar e pelo escrivão Viana. O religioso estava acompanhado pelo advogado Iarles Macedo e pelo padre Ivo. Visivelmente abatido, Dom Fernando, não quis falar sobre o assunto e saiu rapidamente.

Sobre o conteúdo do depoimento, o Jornal do Cariri, teve acesso à parte das explicações do Bispo. Ele reforçou o conteúdo da nota divulgada logo após as denúncias, onde diz que a venda das casas já foi cancelada, mas não soube explicar o que motivou a venda. Fernando Panico disse ainda que a quantidade dos imóveis não chega a 65. Que o número “exagerado” trata-se de uma campanha difamatória. No depoimento o Bispo reafirmou, ainda, estar sendo extorquido por jornalistas.

O inquérito é motivado pela denúncia de estelionato e formação de quadrilha, em ação movida pelos inquilinos dos imóveis que, se sentindo prejudicados, formalizaram a denúncia ao Ministério Público Estadual (MP-CE).

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