segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

PPS quer liberação do FGTS para amenizar o impacto das demissões em Barbalha

A executiva do Partido Popular Socialista (PPS) de Barbalha, reunida na sexta-feira (17), decidiu por garantir suporte jurídico aos funcionários contratados temporariamente no município e que não terão seus contratos renovados. A executiva entende que houve rompimento dos contratos sem aviso prévio, já que, os mesmo eram renovados automaticamente anualmente.

A renovação dos contratos foi suspensa por força de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), proposto pelo Ministério Público e assinado pela prefeitura de Barbalha em novembro de 2013. Cerca de 800 profissionais ficaram sem emprego, onde muitos se dizem devedores e no comercio e sem condições de quitar as dívidas.

A senhora Maria Cilene dos Santos, ex-auxiliar de serviços na Secretaria de Saúde, com nove anos ininterruptos, disse que não sabia das demissões e que foi para a rua sem nenhum direito. “Tenho compromissos que precisam ser pagos. E agora como é que vou ficar? Fui lá pra saber da situação e me disseram que fosse pra casa e que depois procurasse meus direitos. Não sei o que fazer,” disse a ex-contratada.

O presidente do Diretório Municipal do PPS e ex-candidato a prefeito, Argemiro Sampaio, observou que diariamente dezenas de pessoas o procuram com queixas sobre as demissões. “Tenho um dever, como liderança política, de acolher os reclames e tentar ajudar essas pessoas,” disse Argemiro.

O presidente do PPS reconhece que os contratados não têm direitos como outro trabalhador, por exemplo, com carteira assinada, mas observa que eles precisam de ajuda e o prefeito pode ajudar. Segundo Argemiro, em 2011, o prefeito Zé Leite (PT) anunciou e viabilizou o repasse dos depósitos do FGTS aos contratados. O ex-candidato defende que o prefeito repita a atitude para amenizar o prejuízo dos contratados e do comércio que sofre com o efeito das demissões.

Para Argemiro a mesma medida de 2011 pode ser tomada como forma de amenizar a situação de calamidade em que se encontram os demitidos. “Se ele, falo juridicamente, pôde pagar em 2011, ano pré-eleitoral, então pode pagar agora também. Não vou apelar para a questão eleitoreira de 2011, sim para situação de desespero desses pais de família,” propôs Argemiro.

Além disso, o presidente se diz preocupado com a quantidade de dividas em precatórios que as demissões podem gerar, caso os demitidos recorram à justiça, já que, existem denúncias de que houve negligencia nos repasses ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). “Caso essas denúncias sejam verdadeiras, vamos lutar para que a administração comece a repassar os valores ao órgão para que as futuras administrações de Barbalha não sofram as consequências,” finalizou Argemiro.

O vereador da sigla, Andre Feitosa, se disse preocupado com o impacto social ocasionado pelas demissões. “Entendemos que tudo isso é em cumprimento do TAC, mas também queremos apelar ao prefeito para que ele, caso não tenha feitos os repasses de direito, que o faça,” observou André, ressaltando que no retorno do recesso parlamentar fará um requerimento pedindo explicações sobre as denúncias, além de tentar sensibilizar o poder executivo para o problema em busca do bom senso político.

Caso não haja um entendimento entre os ex-funcionários e a administração municipal, o PPS promete reunir o maior número possível de reclamantes numa ação trabalhista contra a prefeitura.

Sobre as denúncias de falta de repasses, a procuradora do Município, Ana Keive Cabral Moreira de Alencar, disse que desde 2009 os depósitos estão sendo feitos regularmente. A procuradora ressaltou que sobre o período anterior não poderia responder, já que, se tratava de outra gestão e nenhuma informação foi disponibilizada.

Com relação a possibilidade repassar os depósitos de FGTS aos ex-contratados, a procuradora disse que é um direito e eles, provavelmente, no mês de fevereiro devem receber o benefício como, segundo ela, vem acontecendo todos os anos. Quanto a outros direitos, a procuradora garantiu que eles serão observados. Ana Keive falou do 13º proporcional e férias aos contratos com duração de um ano.

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