quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Falta de parecer: Conselho do Fundeb deixa educação do Crato sem recurso federal

A política de oposição desenvolvida pelo presidente do Conselho do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), Samuel Siebra, ocasionou a interrupção do repasse de recursos do Governo Federal para a Educação do Município do Crato. A afirmação é do prefeito Ronaldo Gomes de Mattos (PMDB), sobre a acusação de que o Município não teria prestado conta dos recursos ao Conselho.

O prefeito garante que sua administração fez a prestação de contas dos recursos recebidos do Fundeb. Segundo ele, o Conselho cratense deixou de analisar e emitir o parecer das prestações de contas dos anos de 2013 e 2014, que se encontram em poder do presidente. “Enviamos até solicitações para a apreciação e emissão de parecer”, disse o prefeito Ronaldo.

O recurso retido é do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), referente ao mês de junho deste ano. Segundo o assessor técnico da Secretaria de Educação, Sergio Ribeiro, a expressão no sistema é “ausência do consolidado”. Sérgio explica que “consolidado” refere-se ao parecer do Conselho.

O secretário de Educação do Município, Ronaldo Bacural, assegura que não é ventilado o comprometimento da folha de pagamento. “Não temos prestação de contas reprovadas. E mesmo se tivéssemos, o município garantiria o recurso para cobrir a folha como vai fazer com o transporte escolar”, disse o secretário.

Ronaldo Bacural observa que o parecer é importante, mesmo que seja reprovando as contas. “O Conselho não pode é ficar sem emitir o parecer. Em caso de reprovação, nós recorremos e conseguiremos manter o recurso. Mas, a omissão do parecer acaba prejudicando o Município e os estudantes”, observou Ronaldo Bacural.

O Conselho do Fundeb foi instituído pela Lei 114/94, como instância de monitoramente. A cada mês de abril, o Conselho tem a obrigação de fazer um parecer das contas enviadas pela Prefeitura. Ronaldo Bacural chama a atenção para o fato da prestação de contas de 2014 ter um saldo de cerca de R$ 80 mil e, por isso, não ter como ser reprovada, o que teria motivado a estratégia da omissão do parecer.

Segundo Sérgio Ribeiro, o sistema exige uma redação de apenas cinco linhas. “É apenas dizer se o município recebeu, se investiu e se houve saldo. Mas, para isso é preciso deliberação do Conselho e não uma ação monocrática do presidente. Ele não decide sozinho”, disse Sérgio, ressaltando que não há reunião do Conselho e a deliberação é apenas política do presidente.

O prefeito Ronaldo Mattos reclama de perseguição política por parte de Samuel Siebra, que também é presidente do PCdoB em Crato. Segundo Ronaldo, o comunista queria ser secretário de Educação e com a negativa ao pedido foi para oposição. “Samuel queria ser secretário de Educação; mas seu estilo de fazer política não condiz com meus princípios. Além de não ser um quadro técnico ideal”, disse Ronaldo Mattos.

Procurado para falar sobre o assunto, o presidente do Conselho do Fundeb e presidente do PCdoB, Samuel Siebra, disse que se pronunciaria. Segundo ele, estudará uma data para fazer coletiva de imprensa.

(Com informações do Jornal do Cariri).

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