terça-feira, 29 de março de 2016

Movimento contra o impeachment tem adesão da maioria das lideranças do Cariri

Os prefeitos e pré-candidatos para as eleições desde ano no Crajubar estão em pleno debate sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e as denúncias de corrupção contra o PT. A maior parte das lideranças políticas tem se posicionado contrários ao impeachment, mas defendem o aprofundamento nas investigações da operação Lava Jato.

Nos municípios do Cariri, quando o debate se amplia, o índice contrário ao impeachment sobe e os lideres já falam em fazer pressão nos parlamentares federais votados na região para que o processo seja arquivado na Câmara dos Deputados, em Brasília. O Jornal do Cariri foi em busca dessas opiniões e ouviu várias lideranças sobre o assunto.

O deputado federal Arnon Bezerra (PTB), disse não ter recebido qualquer pressão para se posicionar. Ele avalia que sua posição contrária ao impeachment já ameniza a pressão, já que, a maioria dos seus eleitores comunga do mesmo pensamento. “Ando nas ruas e as pessoas querem que a Lava Jato continue, mas não aceitam que somente os lideres petista paguem,” disse Arnon.

O deputado estadual Zé Ailton Brasil (PP), disse que a grande maioria dos prefeitos do Cariri é contra o impeachment. Para o deputado, não houve corrupção por parte da presidenta, o que, derruba a tese do afastamento. “Pedalada fiscal é praticada por vários gestores, inclusive, governadores do PSDB, maior defensor do afastamento,” Avaliou Zé Ailton, ressaltando que tudo acontece por que a presidenta está com a popularidade baixa.

Em Juazeiro do Norte, os pré-candidatos Demontieux Fernandes (Psol), Normando Sóracles (PSDB) e Gilmar Bender (PDT), oposição ao prefeito Raimundo Macedo (PMDB), admitem erros no governo federal, mas acreditam que o impeachment não é o melhor caminho para resolver a crise política e financeira.

Para Normando Sóracles, a cassação da presidenta Dilma motivaria uma convulsão social no País. “Neste momento sou contra o impeachment porque jogar o PT para oposição seria mergulhar o País numa crise política, ainda, maior. Além disso, esse é um processo político e sem base consistente,” disse Normando.

Demontieux Fernandes avalia que não há subsídios suficientes para cassar o mandato da presidenta Dilma. Segundo ele, a motivação mais consistente, apresentada pela “oposição direitista”, são as pedaladas fiscais. Para Demontieux, a única justificativa para uma ação dessas, seria um desvio de conduta pessoal, como corrupção e enriquecimento ilícito, o que, não é o caso.

O empresário Gilmar Bender avalia o processo do impeachment como golpe político. Bender tem se posicionado contrário ao processo por, segundo ele, representar um prejuízo político e financeiro ao País. Para Gilmar Bender, uma nova eleição significaria um custo muito alto a ser pago pela população, além de agravar a crise.

Em Barbalha, o prefeito José Leite Gonçalves Cruz (Zé Leite – PT), apesar de disparar críticas ao governo e sua ingovernabilidade, é contrário ao afastamento da presidenta Dilma. Já o líder da posição é pré-candidato a prefeito, Rommel Feijó (PSDB), seguindo orientação do partido tem se posicionado a favor do afastamento.

Para o ex-candidato a prefeito de Barbalha, Argemiro Sampaio, outra liderança do município e pessoa próxima a Rommel, o grupo defende novas eleições e a troca de comando no País. Argemiro acredita que o afastamento encerraria a crise política e amenizaria a crise econômica; além de dar um exemplo contra a corrupção.

No Crato, o prefeito Ronaldo Mattos (PSL) tem se posicionado pelo arquivamento do processo iniciado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB). Segundo Ronaldo, além de não existir nada que desabone a conduta pessoal da presidenta Dilma, o processo é apenas uma forma de perseguição política.

Para o pré-candidato do PDT cratense, o empresário Rafael Branco, o processo enfraquece a democracia, por ser uma mera perseguição política sem qualquer base jurídica. “Pedalada fiscal é uma prática de vários governos, inclusive da gestão do ex-presidente Fernando Henrique,” observou Rafael Branco.

Tentamos contato com outras lideranças como o prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo, através da sua assessoria, mas não tivemos sucesso. Outro contatado, mas sem sucesso foi o ex-prefeito e pré-candidato do Crato, Samuel Araripe.

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