terça-feira, 9 de outubro de 2012

TSE registra ausência de 23 milhões de eleitores nas eleições municipais


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou, ontem, segunda-feira (8), o número de abstenções no primeiro turno das eleições municipais deste ano. Foram 23 milhões de eleitores que deixaram de exercer sua cidadania. Os que compareceram, somaram 115 milhões.

Na votação para prefeitos, foram computados 102,8 milhões de votos válidos e 3,8 milhões de votos em branco. Os votos nulos somaram 9,1 milhões. O TSE ainda não divulgou os números relacionados às eleições para vereadores.

Segundo dados do TSE, as votações do domingo aconteceram com tranquilidade. Segundo a ministra Cármen Lúcia, foram decretadas menos de 2 mil prisões em todo o país, o que representa casos pontuais, e menos da metade do que foi registrado nas eleições municipais de 2008.

Eleição tranquila e preocupante

Parece contraditório, mas é isso mesmo: tivemos uma eleição tranquila, mas, ao mesmo, tempo preocupante. Na avaliação sobre a violência foi bom; mas, Não se pode achar que é natural que 23 milhões de pessoas não compareçam as urnas. Ou estamos pecando na educação política, aquela que conscientiza acerca da importância da democracia e da participação que, aliás, nem temos, ou o povo está perdendo a esperança de que o voto pode significar mudança para melhor. Ou até, ambas as alternativas.

Se pegarmos os resultados, apenas do triângulo Crajubar (Crato, Juazeiro e Barbalha), veremos que mais de 50 mil eleitores não foram às urnas. Para essas pessoas, o voto passou a ser um fardo, algo que não influencia no futuro. É preciso fazer algo urgente para colocarmos nossa democracia em risco.

Não temos uma política pública séria de educação voltada para a conscientização do cidadão. Na verdade quem fez isso durante muito foram os partidos de esquerda que se preocupavam com a qualidade de sua militância, mas acabaram embarcando na, chamada, política do poder deixando a revelia a formação da grande maioria da sua militância, restringindo a formação a algumas lideranças.

O Estado brasileiro sempre priorizou o controle sobre as massas, seja nas mãos dos militares, seja hoje nas mãos dos democratas. Essa é uma herança maldita de séculos, que vem desde a política de ocupação no descobrimento, passando pelo império e pela ditadura e, infelizmente, desaguou no atual período democrático.

Não existe democracia sem a participação popular, sem o povo acreditar que sua vida pode melhorar e a arma está no voto. Será que o problema não está no político corrupto? Ou no espaço que esse político encontra quando o povo não consegue distinguir o certo do errado? Agora, uma coisa é certa ou nos comprometemos com uma educação política séria, ou colocaremos em xeque a continuidade da democracia no Brasil.

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