quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Demissões seguidas de protestos paralisam a cidade do Barro


A cidade do Barro viveu ontem, um clima de caos com os protestos de mais de 260 servidores demitidos na última semana pela prefeitura municipal. Setores como saúde, educação, limpeza urbana e assistência social, foram as mais atingidas e estão com seus serviços comprometidos.

A decisão foi tomada pelo prefeito José Moreira e justificada pelo procurador do município, Gilson Marques Evangelista, como adequação a lei de responsabilidade fiscal. Segundo o procurador, uma auditoria realizada no dia 19 de setembro último, identificou o problema que já ultrapassava R$ 1 milhão, comprometendo as condições financeiras do município.

No outro lado da decisão estão os demitidos que entendem a medida como perseguição política e acabaram indo as ruas para protestar. Além dos funcionários, acredita-se que a medida deva prejudicar o comercio local que vive dos salários dos servidores.

O procurador do município disse que alguns servidores poderão retornar, mas somente após um minucioso planejamento acerca da real necessidade de suas atividades.

Medida extrema

Se for para readmitir, então por que demitiu. É notória a necessidade de adequação a lei de responsabilidade fiscal, mas não precisa ser dessa maneira, sem um estudo acerca das reais necessidades, sem uma conversa, sem o devido respeito aos profissionais.

O prefeito José Moreira, foi eleito como vice do ex-prefeito Marquinelio e assumiu após a cassação por denuncias de corrupção. É certo que ele tem pouco tempo para colocar a casa em ordem, mas, também, é isento dessa responsabilidade. Bastava fazer denuncia formal ao Ministério Público e ir ajustando o efetivo as demandas do município.

Na verdade, o que o prefeito conseguiu foi causar um grande desgaste aos servidores e um transtorno a população que vê os serviços essenciais prejudicados com a medida.

A voz dos demitidos

Com a ajuda do repórter fotográfico China, site Miséria, ouvimos a posição de alguns dos demitidos.

Para Aparecida Dias, assistente social e técnica em saúde, o que aconteceu foi uma falta de respeito ao trabalhador. “Cheguei ao local de trabalho e fui impedida de entrar. Já presto serviço ao município há 12 anos e, independente da preferência partidária, sou uma profissional e mereço respeito,” disse.

Marquesa Rolim, enfermeira, alertou que quando a saúde paralisa as atividades quem se prejudica é a população mais pobre. “É inadmissível essa situação que coloca o cidadão em situação de vulnerabilidade,” disse. Segundo Maria Aparecida de Oliveira, coordenadora do Núcleo de Educação Especial, todos os alunos, chamados especiais, estão prejudicados.

Outro problema acarretado pelas demissões é a falta de merenda que, ocasiona grandes aglomerações de alunos nas vias públicas, já que, estão sendo liberados mais cedo; além da carência dos transportes escolares que andam superlotados e falta em alguns lugares falta. Os pais reclamam por terem que pagar R$ 2,00 por dia para que o filha chegue à escola.

Jana Maria Lima, mãe de aluno, lamenta a situação dizendo que os mais prejudicados são os alunos mais carentes que, ainda, vão para escola motivados pela merenda.

Todos descontentes

No computo geral, a medida acabou desgostando a todos. Além disso, é bom destacar a denuncia de perseguição política. Caso se confirme, podemos concluir que prefeito e vice, já estavam rompidos e o problema deixa de ser administrativo, como disse o procurador e passa a ser político.

Agora, caso se confirme a perseguição política, o que se espera é que seja sanado o mais rápido possível, já que, a população não pode pagar por rivalidades políticas. Principalmente setores como saúde, educação e limpeza urbana.

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