quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Roberto Cláudio quer apoio do PT, mas deve encontrar resistência em Luizianne


O prefeito eleito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PSB), disse ontem, ao Jornal O Estado, que buscará o diálogo com o PT. Para ele, o partido tem uma relação com o PSB em nível nacional e estadual.

Roberto Cláudio destacou que prevaleceu a circunstância local, todavia, tem como missão unir a Cidade. “Agora, eu serei o prefeito de todos os fortalezenses,” disse. Sobre a disputa com o candidato petista Elmano de Freitas, o socialista avaliou como uma boa briga democrática.

“Fortaleza teve um segundo turno muito disputado, onde prevaleceu um debate de ideias e que, certamente, foi muito importante para a democracia. O que aconteceu em Fortaleza foi um posicionamento político do PSB e de outros aliados que buscaram uma resposta à conclamação das ruas em prol de um projeto alternativo para a Cidade,” afirmou Roberto Cláudio.

Já a prefeita Luizianne Lins, afirmou no dia anterior que deve se colocar como oposição ao projeto do governo Cid no estado e na prefeitura. Segundo a prefeita, deve se unir a outros oposicionistas como Heitor Férrer (PDT), Roberto Pessoa (PR) e Lúcio Alcântara (PR).

Caixa de ressonância

O tom do discurso conciliador de Roberto Cláudio reflete a vontade do governador Cid Gomes que, já anunciou sua vontade de apoiar a reeleição de Dilma, além, é claro, de querer o apoio do PT cearense para sua sucessão. O que fica bem evidenciado é que a tensão que aconteceu entre o PSB e o PT na disputa da capital foi apenas uma questão pessoal entre Cid e Luizianne.

O problema é que, até agora, somente Cid e Luizianne se manifestaram. Cid pela aliança e Luizianne pela continuação do rompimento. O PT ainda não se manifestou oficialmente, mas acredito que o caminho será a conciliação. A prioridade nacional devem se sobrepor as questões locais. Resta saber como ficará Luizianne, já que, declarou abertamente o caminho da crítica ao projeto do PSB.

Mas, como a discussão agora é outra, é provável que Luizianne, sem a prefeitura, tenha seu discurso abafado pela tese da retomada da aliança, hoje, já defendida por grande parte das outras lideranças do partido. Caso não haja consenso e a tese vá para disputa e, ainda, se Luizianne perder o confronto interno, não sei até onde o PT lhe interessaria mais.

Por isso, mesmo prematura, é bom analisar que, não atingindo seus objetivos de concorrer, pelo PT, a uma vaga ao senado ou governo, ela comece a pensar num caminho alternativo como o PSOL. Disposição para reconstrução ela tem de sobra.

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