quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Crato-CE: Polícia Federal faz batida no Comitê de apoio do candidato Dr. Cícero


Uma viatura da Polícia Federal foi ao Comitê de apoio do candidato do prefeito Samuel Araripe, Cícero França (PV), ontem (04), pela manhã. A PF investiga denuncia de esquema de distribuição em massa da edição semanal do Jornal do Cariri que traz matéria sobre a empresa do candidato do PMDB Ronaldo Matos.

Segundo informações, o comitê localizado na Avenida Pedro Felício Cavalcante, 1879, subida do Granjeiro, estaria sendo o ponto de distribuição dos exemplares do jornal. A PF chegou após a saída dos carros, mas foi registrada, por populares, a presença de pelo menos cinco secretários e outros sete funcionários municipais, todos em horário de expediente.

O candidato Dr. Cícero não foi encontrado para falar sobre o assunto. A assessoria do candidato Ronaldo Matos, disse que a coligação está entrando está entrando com uma ação contra a coligação do candidato Dr. Cícero. A assessoria de Ronaldo confirmou ainda o registro de funcionários da prefeitura distribuindo o material em horário de trabalho.

Canhões apontados

Daqui para frente nada mais deve surpreender o eleitor. Estamos entrando na reta final e coisas estranhas vão acontecer daqui para frente. Nesse caso, que envolve o candidato Cícero França, acusado pela assessoria do Ronaldo, de se utilizar da máquina pública para difundir algo do seu interesse, a coisa não precisava ser assim. O Jornal é uma empresa privada de comunicação aberta. Era só indicar a compra do exemplar, sem precisar usar funcionários públicos, no horário de trabalho, para fazer a distribuição.

Até agora, com as informações chegadas, nenhum funcionário concursado foi visto fazendo o trabalho. Pelo que se sabe todos eram comissionados. Aí, pode estar a explicação para tantos cargos comissionados na prefeitura do Crato.

Agora a questão é: quanto vale um funcionário público comissionado, pago pelo cidadão? E essa é uma questão a ser debatida. Recentemente o Ministério Público obrigou a prefeitura do Crato a chamar os aprovados no último concurso público. O Termo de Ajustamento de Conduta, obrigou o município a nomear, até o dia 15 de agosto, “em número igual ao de servidores não concursados que foram admitidos após a Constituição Federal de 1988”.

A pergunta é: É, realmente, necessário que o Ministério Público intervenha para obrigar a contratação dos concursados? Essa deveria ser uma conduta normal da administração. A outra questão é que, provavelmente, todos os envolvidos na eram comissionados. E aqui a coisa deixa de ter somente o foco financeiro e entra na dignidade. Quem se presta a um papel desses é porque tem medo de perder o emprego, geralmente, indicado por força política, o que, coloca inclusive sobre dúvida a sua capacidade funcional.

Então voltamos a questão: quanto vale um funcionário público comissionado, pago pelo cidadão? Financeiramente vale mais que deveria e, nesse caso do Crato, eticamente, esse funcionário é dispensável.

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