Segundo a reportagem, o município de Amontada é citado como um dos mais investigados pela má aplicação do dinheiro público. A Polícia Federal tem mais de 3 mil inquéritos abertos para apurar as denúncias contra prefeitos e ex-prefeitos no em todo o País.
De acordo com os dados oficiais, o Maranhão é o Estado com mais investigações por corrupção. O estado tem, atualmente, 644 inquéritos relativos a fraudes em gestões municipais.
É preciso dividir o poder
Se pensarmos que o Brasil tem pouco mais de 5 mil municípios, e a Polícia Federal investiga mais de 3 mil inquéritos, numa proporção de “um pelo outro”, poderemos concluir que temos mais da metade dos municípios sendo investigados por corrupção. O que é um absurdo.
Estamos vivendo uma epidemia de corrupção, onde os vírus, gestores de recursos públicos, tratam o bem público como um negócio particular e, em alguns casos, familiar. Eles se apoderam do poder e o passam de geração em geração. São casos como o do Ceará, onde o pai, que está no poder há décadas, é vice-governador e o filho já é deputado federal. Na Bahia, por exemplo, o poder já está nas mãos da mesma família há três gerações. Não é a toa que o prefeito eleito de Salvador chama-se AMC Neto. Isso sem falar no Maranhão, o campeão da corrupção. Ele é considerado o quintal da família Sarney.
O poder tem dono. Mas, ele pertence ao povo. E só quando esse povo se conscientizar disso, e participar mais como protagonista, vamos poder dizer que a corrupção diminuiu; que a educação melhorou; que saneamento é uma realidade; que a saúde atende satisfatoriamente a todos... Até lá, nos resta lamentar a epidemia que corroí a sociedade e degrada nossa moral.
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