segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

José Guimarães: “O PT do Ceará está credenciado para disputar qualquer cargo em 2014”

O deputado federal José Nobre Guimarães (PT) disse em entrevista ao site Miséria que o Partido dos Trabalhadores está preparado para disputar qualquer cargo em 2014 no Ceará. Durante a entrevista o deputado falou sobre outros assuntos como a disputa interna em 2013 que, segundo Guimarães, será definidora para o caminho do partido em 2014.

Guimarães disse saber que é candidato a deputado federal e quanto a outros cargos, ainda, é muito cedo. Sobre o resultado do PT no Cariri, ele avaliou como positivo. Para o deputado, além dos 5 prefeitos, 2 vices e 34 vereadores, houve a eleição de aliados e as vitórias políticas como o Crato, Milagres, Araripe e Tarrafas. Sobre Juazeiro do Norte, destacou que continuará trabalhando e que se aplicarem o que está empenhado, por ele, dará para governar mais 4 anos.

O deputado petista disse também que a presidenta Dilma acertou e que defende para os próximos contratos, a destinação total do repasse dos royalties para a educação. Guimarães finalizou afirmando que ministérios como Educação e Saúde não serão negociados para manter a aliança nacional.

Veja a entrevista na integra:

Há poucos dias, o senhor disse que fará parte da chapa majoritária com ou sem rompimento. Continua com esse pensamento?

Eu sou deputado federal é quero continuar sendo. Mas, um partido como o nosso tem que ter projeto de poder. E esse processo depende das alianças nacional e estadual. O PT do Ceará vai dialogar muito com o PMDB, do senador Eunício Oliveira, e com o PSB, do governador Cid Gomes. Ou seja, sobre as eleições de 2014, ainda está tudo em aberto. Não dá para definir agora qual o caminho.

E quando esse caminho será definido?

O certo é que nós temos três tarefas importantes para esse próximo período. A primeira é preparar os prefeitos eleitos do PT para fazer grandes gestões. Segundo preparar um grande PED (Processo de Eleições Diretas do PT), onde serão eleitas todas as direções do partido. E terceiro, preparar o partido para as eleições de 2014. Antecipar candidaturas agora é um erro. O que posso dizer é que, qualquer que seja o cenário, o PT terá presença na disputa de 2014. Somos um partido forte. Tivemos mais de 1 milhão de votos no Ceará. Então temos votos, prestigio e projeto.

O senado seria uma opção para essa presença?

Não só! Estamos prontos para concorrer ao senado, ao governo, a vice... enfim, isso depende de fatores que ainda não estão definidos. Manter a aliança: PT-PMDB-PSB é um cenário; não manter, e digo baseado nos movimentos do governador Eduardo Campos, é outro. É claro que dentro do próprio PSB, o governador Cid disse reiteradas vezes que apoiará a presidenta Dilma. Aprendi que na política quem corre rápido come cru.

O PT saiu de 16 prefeituras para 30. Mas, perdeu em cidades como Fortaleza e Juazeiro do Norte. Como o senhor avalia esse desempenho?

Nós perdemos Juazeiro, Quixadá e Fortaleza. E, são derrotas importantes. Mas, também, ganhamos outras como Sobral, Itapipoca, Morada Nova, Pacajus, Canindé... e essas, são cidades médias e grandes, portanto, não houve prejuízo do ponto de vista eleitoral. Claro que pelo que os governos de Fortaleza e Juazeiro fizeram a derrota foi uma pena. E no caso de Juazeiro, a população vai sentir falta do Santana num futuro bem próximo. Perdemos em Juazeiro por problemas políticos, não administrativos.

O senhor costuma dizer que trouxe muito recursos para Juazeiro. O deputado Guimarães vai continuar trabalhando por Juazeiro?

Não só para captar recurso. O bom deputado é aquele que se preocupa com a gestão. Se fizerem o que já está conseguido para Juazeiro, estará bom. O que deixei empenhado dá para governar os 4 (quatro) anos. Nunca um deputado federal mobilizou tantos recursos em Brasília para Juazeiro como eu, nunca! Foram mais de R$ 100 milhões para obras como macrodrenagem, saneamento, reconstrução de praças, programas sociais, academias de esporte, reforma do aeroporto, Universidade Federal do Ceará, e muitas outras. E vou continuar trabalhando, até porque, daqui a 2 (dois) anos o povo vai perceber o que fizemos.

E Fortaleza?

Da mesma forma. Lá trouxemos recursos para a área cultural da cidade, o carnaval, a reforma da Beira-Mar, a Vila do Mar, o estádio Presidente Vargas, a reconstrução das áreas sociais da cidade, e muitas outras. E vamos continuar fazendo.

Que questões políticas foram essas que motivaram as derrotas em Juazeiro e Fortaleza?

Em Juazeiro, com mais 10 ou 15 dias, poderíamos ter virado a eleição. Já estávamos com quase 40% das intenções. E em Fortaleza perdemos as eleições, mais, para nós mesmos. Poderíamos ter ganhado lá também. Mas, o importante é que fizemos 30 prefeituras, enquanto o partido do governador fez 40 e o PMDB fez 21. Ou seja, o saldo e muito grande e isso nos credencia para qualquer disputa em 2014.

Existe uma disputa interna no PT e, provavelmente, o resultado dela vai direcionar a política do partido para 2014. Seu grupo vai disputar a presidência do Diretório Estadual?

Claro! Nós vamos trabalhar em cima de duas questões centrais. A primeira é a unidade do PT. E essa unidade passa pelo PED. Vamos chamar todas as correntes, vamos pacificar o partido e eleger um novo presidente que seja sintonizado com tamanho do partido no estado. Esse presidente, nem pode ser só de Fortaleza, nem só do interior. Ele precisa ser de todo o estado. E, na hora certa, nós vamos apresentar um nome.

É o grupo da prefeita Luizianne?

É legitimo que a Luizianne indique um nome. Isso não significa fratura nessa unidade de que falei.

A presidenta Dilma vetou parte do projeto de divisão dos royalties do petróleo do Pré-sal. Qual o posicionamento da bancada do Nordeste com relação ao veto?

Primeiro que a bancada tem opiniões divergentes. Existe um pensamento que, inclusive, eu defendo de que todos os recursos dos royalties do petróleo, daqui pra frente, sejam destinados exclusivamente para a educação. Isso mantendo os contratos atuais, ou seja, as concessões já feitas que, do bolo geral, representam apenas 1/3. Outros 2/3 ainda serão licitados. Mas, tem outra parte da bancada que quer a distribuição limpa e seca. Com relação ao veto estou sintonizado com a presidenta Dilma. Ela repeitou a constituição, ao manter os contratos, vetando o art. 3, que diz respeito aos contratos já fechados. Mas, com as novas licitações, a coisa precisa ser diferente.

Sobre a manutenção da aliança, a possibilidade do Ciro voltar ao governo como ministro, com o aval do Eduardo Campos, não pode ser entendido como uma acomodação do PSB?


O desejo da presidenta é manter PSB e PMDB na aliança nacional. E ambos já participam do governo. Se haverá ampliação dessa participação ou não, o que se quer é manter a aliança. E nesse momento quem deve decidir quem vai ser ministro ou não é a presidenta Dilma. Sei que o importante é manter a aliança.

E o PMDB ficar com a Educação, o que o senhor acha?

Nem a Educação, nem a Saúde, a presidenta fará qualquer negociação. Até porque, são duas áreas vitoriosas do governo. Essas são áreas estratégicas para o país e os cargos são de escolha mais técnicas e menos políticas. Além do mais a presidenta quer mais velocidade nos investimentos nessas áreas.

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