
Cerca de 50 moradores do Centro do Crato protestaram na manhã de sexta-feira, 27, contra a lentidão das obras de recuperação do Canal do Rio Granjeiro. As obras completaram no sábado, 28, um ano, após a trágica enchente que atingiu a cidade, inundando o Centro e prejudicando casas e lojas comerciais, além de ter destruído parte do canal.
A manifestação teve como objetivo chamar a atenção das autoridades públicas para o problema. Os moradores temem que a tragédia se repita com a chegada da quadra invernosa.
PRIMEIRO, a manifestação foi esvaziada e assim perdeu o poder de pressão frente às autoridades. Acredito que um dos motivos foi a forma como foi pensada. O movimento não partiu de um grupo de organizações como, inclusive, estava sendo previsto. Ele foi antecipado por uma iniciativa individual, atrapalhando o planejamento e articulação, o que, causou um desvio da verdadeira discussão que deveria ter sido travada com o poder público.
É sabido que as pessoas estão preocupadas com a situação do Canal, mas, também, é importante que essas pessoas não partam para esse tido de iniciativa apenas com a voluntariedade individual. Antes é preciso que elas se interem da discussão que está em curso. Entidades como o Fórum de Araripense de Combate a Desertificação, têm estado a frente dessa discussão e pode nortear o rumo estratégico das ações. Então é importante que, quem pretende se inserir na discussão procure se inteirar onde e como está e como sendo discutido.
Agora com relação a culpa, todos são culpados. Não adianta a prefeitura querer empurrar o ônus para os governos federal e estadual, porque ela é quem gere o município. A ação deve partir, primeiramente, dela. O canal transbordou por uma série de fatores como falta manutenção e a impermeabilização do solo, com o asfaltamento das áreas mais altas, sem o devido estudo sobre os impactos ambientais; e isso, é de exclusiva responsabilidade da prefeitura municipal.
O governo tem sua culpa na falta de critério de liberação e acompanhamento dos recursos aplicados nas obras emergenciais. Agora não podemos esquecer que essas obras são paliativas, não resolverão o problema. Na verdade, o problema só será resolvido, após uma ampla discussão sobre a revitalização do Rio Granjeiro e os outros rios pertencentes a Bacia do Salgado; a responsabilização do poder público municipal em viabilizar outro destino para os esgotos que hoje são despejados no canal, além da sua manutenção periódica; entre outros.
Ou seja, se juntar as organizações que discutem o problema na sua essência é o primeiro passo para responsabilizar a quem de direito e iniciar a resolução do problema.
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