quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Reforma limitada pela política


Aconselhada pelo ex-presidente Lula na última quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff decidiu acelerar a reforma ministerial. Serão substituídos, primeiramente, os ministros que disputarão as eleições de outubro. A idéia é retomar as conversas políticas sobre as mudanças e fazer o anúncio dos novos nomes ainda na próxima semana. A principal mudança, segundo fontes do PT, é a volta de Marta Suplicy. Informações apontam o ministério da Ciência e Tecnologia como destino da senadora petista.

A orientação de Lula é reduzir as mudanças para não provocar qualquer desequilíbrio das forças políticas que apóiam o governo. No caso de ministro que apresenta baixo rendimento na gestão, Dilma deve determinar a troca, apenas, do secretário-executivo, mantendo o titular da pasta para evitar problemas políticos.

BASEADO na nossa cultura política, estranho seria se Dilma levasse em frente uma reforma ampla e com critérios técnicos. Estamos às vésperas de uma eleição municipal em que todos os partidos procuram ampliar sua base nos municípios para se fortalecerem para as negociações futuras. O PT tem um grande trunfo nas mãos e cometeria um equivoco histórico se partisse para a negociação deixando em segundo plano o critério político.

Agora, nessa estratégia, é importante saber onde vai ser encaixado o ex-deputado Ciro Gomes (PSB), já que, o ministério da Ciência e Tecnologia deve ir para Marta. Acredito que ela deva assumir realmente a pasta, pois pelo que conhecemos da índole de Marta, ela não abriria mão da disputa em São Paulo por nada. Dilma deve ter firmado compromisso.

Mas, o que deve ser destacado é a situação da presidenta Dilma. Ela tem a vontade de privilegiar o critério técnico, mas é obrigada pelas forças do poder, a indicar seus ministros pelo critério puramente político. Para se uma ideia, teremos uma sexóloga, como ministra da Ciência e Tecnologia. A minha pergunta é: até quando, iremos privilegiar esses usurpadores do que é público, em detrimento dos verdadeiros interesses do povo e do futuro do Brasil? Precisamos mudar o conceito de política.

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