terça-feira, 5 de novembro de 2013

Gravação denuncia “mensalão” na ocupação da Câmara do Crato

A Câmara Municipal do Crato enfrenta uma crise política sem precedentes. Uma série de gravações tem colocado em xeque a integridade dos vereadores e do ex-prefeito, Samuel Araripe, numa troca de acusações entre o vereador Dárcio Luis (PSDB) e o ex-prefeito. Agora, surge outra gravação que compromete a legitimidade do movimento que ocupa a Câmara.

Na gravação, uma das ocupantes acusa os líderes do movimento, Samuel Siebra e Gorete Correia Lima, de prometerem R$ 50 reais por dia e mais uma casa aos ocupantes. Moradora do bairro Alto da Penha e identificada por Cleidiane, a ocupante se diz revoltada porque, segundo ela, ficou combinado de ser pago o valor de R$ 50 reais por dia e foi quitado apenas o primeiro dia. Segundo a ocupante, o dinheiro foi trazido por Gorete Correia.

“Querem que a gente passe o dia e a noite e eu não estou mais agüentando. Tenho filhos para criar e casa para cuidar. Samuel disse que iria pagar e nada. A Gorete diz apenas que a agente aguarde; mas, não podemos ficar aguardando pela boa vontade e sem receber,” disse Cleidiane.

A manifestante reclamou ainda da falta de alimentação. Segundo ela, é dado apenas água e “um pão seco pra ficar de boca calada.” Cleidiane disse que, além disso, apenas a ex-vereadora Mara Guedes (PT), tem levado rapadura e mais nada. A ocupante ressalta que a revolta e o descontentamento é geral. “As meninas do Pantanal também não receberam e falam em abandonar a ocupação,” ressaltou Cleidiane.

A ocupante finaliza dizendo que além do dinheiro, foi prometido que os ocupantes ganhariam casas. “Agora, estamos sem casa e sem dinheiro. Ficou apenas na promessa. Estamos deixando de trabalhar, de fazer uma faxina ou lavar uma roupa, esperando por esse dinheiro e nada,” finalizou Cleidiane.

Procurado para comentar a denúncia, um dos lideres do movimento e presidente do PCdoB, Samuel Siebra, disse estar triste com a tentativa de desqualificar o movimento que, segundo ele, é legitimo. Segundo Samuel, as acusações são infundadas e, por isso, pretende acionar judicialmente a autora da gravação. Samuel ressaltou ainda que essa jamais seria sua prática.

O líder do movimento destacou ainda que pretende debater no campo das ideias e que essa prática do debate no campo pessoal ele prefere se distanciar.  “Tenho uma vida nos movimentos populares e quem me conhece sabe da minha idoneidade,” disse Samuel.

A outra líder do movimento, Gorete Correia, não foi encontrada para comentar as denúncias.


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