terça-feira, 1 de novembro de 2016

Cenário. A nova guinada do Brasil à direita

Em artigo publicado nessa segunda-feira, 31 de outubro, a jornalista Tereza Cruvinel, do site Brasil 247, faz uma importante analise das escolhas que o País tomou com a eleição de políticos conservadores. Eles significam um giro da mais a direita na nossa política, aliás, o mais vertiginoso desde a abertura política, após a ditadura militar.

O maior de todos os exemplos desse giro é o prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que resumiu sua vitória como um sonoro “não” da cidade mais progressista do Brasil, para questões como aborto, legalização das drogas e o ensino sobre diversidade sexual nas escolas. Crivella é pastor da Igreja Universal.

A jornalista cita outros exemplos dessa guinada com a eleição de João Doria, em São Paulo. Para Tereza, outros resultados em várias capitais, também, refletem esse novo mapa ideológico do Brasil. Nomes como Marchezan Júnior, em Porto Alegre, filho de um dos líderes do PDS na ditadura militar; Alexandre Kalil, em Belo Horizonte, um adepto da antipolítica; Rafael Greca, em Curitiba, que declarou ter ânsia de vômito, após carregar um pobre em seu carro; além de ACM Neto, em Salvador.

A face dessa nova direita se notabiliza pelo conservadorismo, maior expressão da força ideológica de uma direita amiga do mercado, de um Estado hostil, chegada a privatizações e à ortodoxia fiscal.

O crescimento dessa direita não é apenas no Brasil, ele é continental. Ele está em toda a vizinhança sul-americana onde os governos de centro-esquerda, no tempo das vacas gordas, acharam que bastava garantir o consumo e a renda para fidelizar o apoio das classes populares. Eles não ousaram fazer reformas no sistema político e tributário, nem disciplinar os capitais nômades. E, sobretudo, desprezaram a necessidade de educar politicamente o povo, que na primeira adversidade lhes voltou às costas.

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