sexta-feira, 4 de abril de 2014

Tarso Magno: “Isso não é um quartel presidente”

A sessão da Câmara de Juazeiro do Norte, dessa quinta-feira (03) foi marcada pelo bate-boca entre o vereador Tarso Magno (PR) e o presidente da Casa, vereador Capitão Vieira Neto (PTN). No momento mais tenso do debate o vereador Tarso Magno observou ao presidente que a Câmara não era um quartel e que ele medisse as palavras enquanto estivesse à frente da Casa.

A discussão foi motivada por uma afirmação do presidente Capitão Vieira, ao comentar uma observação do vereador Normando Sóracles (PSL). O vereador Normando ressaltou que a Câmara tinha apenas 20 vereadores, já que, a suplente Auricélia Bezerra (PSL) não tomou posse, após o afastamento do ex-presidente Zé de Amélia Júnior (PSL). O presidente respondeu ao comentário dizendo que a Câmara tinha 20 e poderia ficar com apenas 18.

Após a afirmação, Tarso Magno pediu que o presidente explicasse, o que qualificou de ameaça. “A ameaça é dirigida aos vereadores Normando e Alberto?” perguntou Tarso, pedindo que o presidente falasse de forma mais clara. O presidente respondeu que não temia nada e que só estava repetindo o que já se comentava nas ruas.

Em resposta, Tarso Magno retrucou que também não tinha medo. Ele ressaltou ainda que na Câmara ninguém tem medo. “O senhor precisa medir suas palavras enquanto estiver à frente desta Casa. Isso aqui não é um quartel,” disse Tarso. O clima esquentou e o líder do prefeito, vereador Sargento Nivaldo (DEM), pediu que fosse votado o necessário para que a sessão fosse encerrada.

Antes, no início da sessão, o presidente Capitão Vieira justificou que a suplente não assumiria porque havia encaminhado a situação para assessoria jurídica da Câmara, pois não tinha segurança quanto à legalidade da posse. Segundo a procuradoria da Câmara, a dúvida está em o cargo estar vago ou não.

Para o procurador da Câmara, advogado Róseo Augusto Jacome Alves, o regimento interno diz que o suplente assume em caso de licença ou vacância. “Com relação à vacância o regimento diz que ela acontece em situação de morte, renúncia ou perda do mandato por decisão tramitada e julgada, o que, não fica claro na atual situação,” disse Róseo Augusto.

O vereador Gledson Bezerra que, também, se pronunciou durante o debate, lembrou que o presidente Capitão Vieira, conversou com alguns vereadores antes da sessão para fazer a observação e que deveria esperar o parecer da assessoria jurídica para tomar a decisão.

“O presidente observou que no caso não existe vacância ou licença. Ele peca em não explicar, deixar claro a todos que acompanham a sessão. O que fiz foi apenas lembrar que na condição de presidente ele tem dar essa satisfação,” disse Gledson.

Os vereadores suplentes

O vereador Normando Sóracles, suplente do vereador Ronnas Motos (PMDB), disse que pensou, inclusive, em renunciar ao cargo. “Pensei em renunciar para não ter que passar por isso. É como se estivéssemos incomodando. Na verdade, me sinto como um peixe fora da água. Confesso que a força de vários vereadores, como Tarso, Gledson... me fizeram repensar,” disse Normando, ressaltando que não se sentiu ameaçado porque sua saída é uma decisão da justiça e não da Casa.

O vereador Alberto da Costa (PT), suplente do ex-presidente afastado, Antônio de Lunga, disse que entende que só a justiça pode tirá-lo do cargo, caso decida pelo retorno do vereador afastado. “Me senti ameaçado e humilhado. Não justifica o presidente deste poder tratar dessa maneira dois vereadores votados pelo povo,” disse Alberto, ressaltando que a suplente Auricélia deveria ter sido empossada.

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