quinta-feira, 15 de março de 2012

PR declara oposição ao governo Dilma


O Partido da República (PR) anunciou ontem (14) que a partir de agora fará oposição ao governo Dilma no Senado. A decisão acontece oito meses após a queda do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Segundo os dirigentes do partido isso foi apenas o cumprimento de uma promessa feita há meses.

O líder do partido no Senado, Blairo Maggi (MT), disse que o partido não fará uma “oposição raivosa”, mas que o governo não poderá mais contar com o PR. O partido conta com sete dos 81 senadores.

Mesmo com a posição do partido no senado, o líder do partido na Câmara Federal, Lincoln Portela (MG), afirmou que os 43 deputados federais do PR serão independentes. Segundo o deputado mineiro, o partido ainda não devolveu os cargos. Para ele, caberá à presidenta cobrá-los.

Que aliança é essa?

Primeiro é notório que o partido não tem unidade na decisão. Os senadores serão oposição, mas os deputados estarão livres para escolher a posição. A decisão mais parece uma represália do senador Blairo Maggi que queria mesmo era ser ministro.

Agora, outra situação, estampada nesse caso, é passível de análise. Nossas lideranças política parecem não medir a gravidade de uma situação dessas. O próprio senador disse que o rompimento aconteceu, pelo PR não ter sido chamado de volta para o ministério. Então a conclusão é que o partido só estava na base do governo por causa do cargo. Essa aliança nada tem a ver com o projeto ou a prioridade dos interesses populares. É a política do toma lá, dá cá.

Uma aliança deve ser baseada no compromisso de várias forças que comungam de um mesmo projeto político-administrativo; de um ideal para construir um futuro melhor. A ocupação dos cargos é uma questão natural que deve ter como critério a capacidade técnica, a confiança e, só depois, a política. Se a aliança não for construída na base da cumplicidade, se transforma em extorsão e irresponsabilidade com o que é público.

A posição do PR no senado deve ser encarada como uma atitude de mercenários que visam somente o cargo, a acomodação dos seus, ou seja, o lucro. Isso é uma vergonha. Atitudes como essa devem ser reprovadas.

2 comentários:

  1. Mas, caro Madson, esta atitude do PR não é a mesma, no plano da ética na política, da posição da petista de Fortaleza? Pra ela, se não for como eu quero, sou contra... Cadê os interesses maiores para com o Estado pobre e lascado como o nosso ?

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    1. Amigo Zé Nilton, em primeiro lugar desculpe a demora na resposta. Quanto a atitude de Luizianne em Fortaleza, concordo com você, é a mesmo do PR, mas num plano diferente. Ela barganha sua permanencia a frente do executivo na capital na mesma medida que o PR barganha sua ocupação no ministério. É apenas uma questão de sobrevivencia e todos usam as armas que têm. E o problema está justamente aí: nossos representantes buscam uma sobrevivencia enquanto deveriam buscar uma saída honrosa e sem mácula para dar espaço a contribuição de outros. A perpetuação no poder transforma a política em um balcão de negócios e quem perde somos nós, o povo.

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