sexta-feira, 30 de março de 2012
Sarney avalia como graves denuncias contra Demóstenes
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), classificou como "graves" as denúncias contra o ex-líder do Democratas, senador Demóstenes Torres (GO). Sarney disse que vai dar encaminhamento à representação apresentada pelo PSOL. O partido pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra Demóstenes. O senador é suspeito de ter negócios ilícitos com Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por exploração de jogos ilegais em Goiás.
"As denúncias são graves e nós temos que colocar em andamento as representações que forem feitas", afirmou Sarney, em entrevista concedida após reunião com o presidente interino do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos (DEM-MT). Sarney não quis fazer qualquer avaliação sobre o futuro político de Demóstenes.
O vice-presidente do Conselho, Jayme Campos, já disse que se sente impedido de conduzir o caso envolvendo Demóstenes, seu colega de partido. O cargo no conselho está vago desde setembro do ano passado, quando o senador João Alberto (PMDB-MA) deixou a Casa para ocupar um cargo no governo de Roseana Sarney. Um novo presidente do Conselho de Ética deverá ser eleito em 11 de abril.
O feitiço contra o feiticeiro
Nos últimos anos o senador Demóstenes Torres assumiu uma postura de político super-ético; um parlamentar acima de qualquer suspeita. E isso, fez com que ele ganhasse alguns desafetos e, até, antipatias por tabela. Agora ele está precisando, e muito, de colegas que antes ele atingiu com sua língua afiada, baseada na sua, então, conduta “ilibada”.
Os senadores José Sarney e Renan Calheiros, foram alguns dos alvos preferenciais de Demóstenes. Agora ele está prestes a ser expulso do DEM e, até, renunciar para ser cassado e não encontra defesa, nem dentro, nem fora do partido onde já foi líder.
Só para refletir: será que o Conselho de Ética não atuaria melhor se fosse independente. Ou seja, sem a barreira política, sem a composição de parlamentes comprometidos com as causas partidária. Esse caso Demóstenes dá a clara dimensão do quanto é isento o conselho. Difícil acreditar que um parlamentar julgará com isenção um colega de sigla.
Agora, certo mesmo, é que Demóstenes está perdido e totalmente abandonado, tanto por colegas, quanto por correligionários. A queda é inevitável.
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