terça-feira, 5 de junho de 2012

PCdoB do Crato dividido entre Ronaldo Matos e Samuel Araripe

O Diretório Municipal do PCdoB do Crato está em plena discussão sobre que caminho seguir nas eleições deste ano. As lideranças locais estão divididas entre duas teses que ainda dividem o partido.

Para os militantes mais antigos, liderados pelo presidente Samuel Siebra, o melhor caminho é continuar na base aliada dos governos Cid e Dilma, seja com o PT de Marcos Cunha ou o PMDB de Ronaldo Matos. Segundo alguns militantes, há uma ligeira preferência pelo PMDB. Mas, o grupo mais novo, liderado por Walter Brito, defende uma aliança com o prefeito Samuel Araripe.

O embate já teria provocado grandes tensões, inclusive, com discussões acaloradas entre os grupos. Walter Brito, teria apelado, sem sucesso, a direção estadual, para intervir em favor da sua tese. E como é minoria, estaria sendo suplantado pelo grupo que defende o partido como oposição a atual gestão.

Erro de avaliação

É inegável que Walter Brito, cometeu um terrível erro de avaliação ao se filiar ao PCdoB. Diretórios como PT, PSB e PCdoB, historicamente, não absorvem lideranças no instante em elas se filiam. Walter Brito, vem de uma escola, onde se costuma resolver as coisas por cima, empurrando as decisões de cima para baixo; no PCdoB é diferente. A capacidade de articulação interna e o convencimento no debate é que define os caminhos do partido.

Mas, é importante dizer que o embate dentro do PCdoB cratense já fez suas vítimas. O ex-vereador Valdetário Brito pediu desfiliação do partido e, pior, resolveu abandonar a política depois de ser, segundo informações, caluniado por Walter, junto à direção estadual em Fortaleza. Walter Brito foi fundador do PSDB no Crato e já passou por outros partidos, mas sem consistência em nenhum deles. E nesse caso, notadamente, não se encaixa, nem com as diretrizes, nem o pensamento ideológico do PCdoB. É bem difícil misturar neoliberalismo com comunismo e sair ileso.

Na verdade, o PCdoB paga o preço pela busca desenfreada a lideranças que nem sempre têm formação na militância de esquerda, na ideologia comunista. O temor do encolhimento do partido com a reforma política tem causado fenômenos como esse entre os comunistas. Mas, o partido deve continuar seu plano de investir em outras lideranças de fora para ampliar as possibilidades de eleger mais nomes no executivo.
 
Agora uma coisa é certa, Walter Brito, não conseguirá levar o PCdoB ao apoio do candidato do prefeito Samuel, e pode finalizar esse processo desgastado e isolado dentro do partido. Resta saber se ele, acostumado a estar a frente das decisões dos partidos por onde passou, aceitará a condição de mero coadjuvante.

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