quinta-feira, 27 de março de 2014

MP e Polícia próximos de concluir inquérito das Vassouras

O inquérito que investiga a compra superfaturada de material de limpeza, expediente e cozinha, pela Câmara de Juazeiro do Norte, conhecido como escândalo das vassouras, está em fase de conclusão. A informação foi passada pelo delegado da Polícia Civil, Ronald Botelho de Queiroz, responsável pelo caso.

Segundo o delegado, integrante da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas, com sede em Fortaleza, para concluir o inquérito, está aguardando apenas as respostas das quebras de sigilo telefônico e bancário de todos os envolvidos na denúncia. Sobre o material apreendido, Ronald observou que ainda espera o laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).

“Entre o material, estão os computadores e os documentos enviados à Pefoce. É imprescindível que tenhamos os resultados desses laudos e dos relatórios do Banco Central (sigilos bancário) para finalizar o inquérito”, disse Ronald Botelho, ressaltando que após o recebimento das solicitações, a sociedade de Juazeiro terá uma resposta sobre o Caso das Vassouras.

O inquérito, aberto pela Delegacia de Polícia Civil de Juazeiro, após a operação “A Faxina”, acabou  endo transferido para Fortaleza, pelo delegado Osmar Berto, ainda em novembro de 2013. Para a transferência, o delegado alegou falta de estrutura e o excesso de atividades. Botelho foi nomeado para presidir o inquérito, pelo Secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Servilho Paiva, e o Delegado Geral de Polícia Civil, Andrade Júnior.

Os resultados das investigações da Polícia Civil, com cópias de todos os documentos, estão sendo  enviados ao representante do Ministério Público do Estado (MPCE), responsável pelo acompanhamento junto ao judiciário.

O MP-CE, que também investiga o caso, requisitou, em janeiro deste ano, novas diligências para concluir suas as investigações. Procurado pela reportagem do Jornal do Cariri, o promotor Lucas Azevedo, que acompanha o caso, não quis se pronunciar, alegando que a investigação corre em segredo de justiça. O promotor disse, apenas, que o M-CE espera o resultado das diligências e deve se pronunciar em breve.

Retorno do material

Sofrendo com a falta dos materiais de expediente, limpeza e alimentos, os vereadores da Câmara de Juazeiro do Norte decidiram, na última semana, reagir, segundo eles, à lentidão com que a justiça trata o caso. Na sessão de terça--feira (18), foi formada uma comissão para percorrer a Polícia Civil, Fórum e o depósito onde está estocada a mercadoria.

Na sessão de quinta--feira (20), os vereadores relataram o resultado das visitas. Os parlamentares acabaram não obtendo respostas da justiça, já que a juíza autora da ordem judicial, Ana Raquel Colares, está de férias e só retorna as atividades no próximo mês.

O material está estocado em um galpão cedido à justiça por um empresário local. Os vereadores Tarso Magno (PR) e Adauto Araújo (PSC) foram ao depósito e observaram más condições de estocagem. Os parlamentares destacaram que o empresário já coloca a possibilidade de pedir a desocupação do galpão.

O presidente da Câmara, vereador Capitão Vieira (PTN), disse esperar o retorno da juíza Ana Raquel para solicitar o ressarcimento do material, a fim de evitar mais custos ao erário público. “Estamos relutando em fazer nova licitação para aquisição do material. Tudo que foi apreendido já foi periciado e, portanto, não existe motivo para manter o material sobe o poder da justiça,” disse Capitão Vieira.

Mais denúncias

O Ministério Público denunciou, na última sexta-feira (21), supostas irregularidades em compras efetuadas na gestão do ex--presidente José de Amélia Júnior, entre 2009 e 2012. Uma ação de improbidade administrativa foi ajuizada, no último dia 18, para apurar irregularidades em compras e licitações. De acordo com o MP, o ex--presidente da Câmara e mais 27 pessoas são suspeitos de direcionar licitações e superfaturar compras e serviços.

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