terça-feira, 28 de agosto de 2012

Conflitos municipais entre PT e PSB podem interferir na aliança de 2014


O rompimento entre PT e PSB nas eleições municipais, em três capitais, pode influenciar na aliança para 2014. Segundo o candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias, em entrevista a Folha/UOL, o PSB optou pelo PSDB de Aécio Neves.

Outra preocupação entre as lideranças nacionais do PT é com a ascensão do governador de Pernambuco e Presidente da Executiva Nacional do PSB, Eduardo Campos, que já percorre o País como pré-candidato ao Palácio do Planalto. Em Fortaleza, a aliança PT - PSB foi quebrada com o lançamento de dois candidatos a prefeito - Elmano Freitas, com apoio de Luizianne Lins, e Roberto Cláudio, aliado do Governador Cid Gomes.

O clima entre lideranças regionais é marcado por uma relação estremecida. O PT tenta eleger o sucessor da prefeita Luizianne Lins e, para isso, já levou ao ar, no rádio e TV, a imagem e a voz do ex-presidente Lula pedindo votos para Elmano. Agora, os petistas aguardam a voz e a imagem da presidente Dilma Roussef na campanha. Os irmãos Cid e Ciro trabalham para levar o candidato Roberto Cláudio ao segundo turno.

Em busca de espaço

O que acontece com o PSB é um processo natural de busca por espaços. Quando um partido cresce, a tendência é que ele comece a andar na contramão de quem está no poder. Isso acontece porque para crescer e se tornar independente é inevitável o rompimento. E, nesse caso específico, não estamos falando de rompimento ideológico. Esse é um típico caso de rompimento de projetos de poder. Não há discordâncias nem ideológica, nem administrativas. É apenas uma questão de ocupação de poder.

Se pegarmos o exemplo de Fortaleza, veremos que o governador Cid Gomes, mesmo sabendo que a indicação era do PT e, por consequência, da maior liderança municipal, a prefeita Luizianne Lins, tencionou até o último momento pela indicação. Ou seja, não havia confiança de que o nome apontado por Luizianne fosse contemplar os interesses do PSB no Ceará. Em dois anos acaba o governo de Cid e, pelo que se percebe, o nome a sucessão estadual não virá do PSB. Então o raciocínio é simples: o PSB ficaria com quê? Além do mais os Ferreira Gomes, precisam do controle do Estado para continuar interferindo na política nacional.

Agora, uma coisa deve ser analisada: será que o PSB já tem força para entrar nessa disputa nacional? Criado em julho de 1988, o PSB, na maior parte do tempo, esteve a reboque do PT. Os trabalhadores cresceram e os socialistas estacionaram. Isso ocorreu também com os comunistas do PCdoB. Com a entrada de novas lideranças, o PSB, começou a vislumbrar outros caminhos que o colocassem diretamente no poder.

Mas, é de primordial importância uma analise fria sobre as possibilidades. Hoje, o PSB ainda define quem é a principal liderança e, de certa forma, isso enfraquece o parido pela disputa interna. Além do mais, o PSB, tem apenas a sétima bancada na Câmara Federal, com 31 deputados; e no senado só conta com 4 dos 54 senadores.

É importante ressaltar que o PSB governa grandes estados como Ceará e Pernambuco; e ainda, muitas prefeituras. Mas, a questão é que o Lula continua sendo o maior cabo eleitoral nas eleições nacional. E aí, a pergunta é: será que o PSB terá o mesmo desempenho sem o apoio do PT?

Certo mesmo, nesse processo de especulações para a próxima eleição, o PSB saí na frente e tem grandes chances de, se for inteligente, sair fortalecido dentro da aliança para suceder a Dilma em 2018. Mas, ainda é muito cedo e vamos esperar para ver o que acontece!

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